RSS
  Whatsapp

Congresso Brasileiro discute diretrizes da profissão do psicólogo

Encontro também debate a restauração da reflexão ética e da palavra da democracia

Compartilhar

 

Cerca de 900 profissionais estão inscritos no 9º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica, evento que está sendo realizado até esta sexta-feira, 28 de junho, no Campus Pituaçu, da Universidade Católica do Salvador (UCSAL). Um dos objetivos do encontro é reiterar as diretrizes éticas e práticas da avaliação psicológica, que são exclusivas do psicólogo. O evento também aborda a psicologia clínica, porte de armas, história da avaliação, dentre outras temáticas.  “Se você estuda problemas de aprendizado ou perícia criminal, por exemplo, precisa saber de avaliação psicológica”, enfatiza o coordenador do curso de psicologia da UCSAL, o professor Júlio César Hoenisch.

Para a presidenta do Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP), Monalisa Muniz, a realização do congresso é de suma importância, pois o tema tem alto impacto em questões importantes que incidem sobre a vida da sociedade, como o trânsito e concursos públicos. Além disso, se faz necessário o diálogo entre a categoria dos profissionais com a sociedade para que a contribuição da avaliação psicológica seja significativa e pertinente a cada realidade e demanda da sociedade. “Esse diálogo precisa ser pautado na ética, no compromisso social, na defesa e garantia dos direitos humanos. Dessa forma, o trabalho do psicólogo sempre impactará de maneira a beneficiar a sociedade”, afirma.

Reflexão

O evento, segundo Hoenisch, também é uma grande oportunidade para a área restaurar a palavra da democracia e da reflexão ética. “Independente de partido, o Brasil vive um momento de muita instabilidade. A psicologia convida o coletivo a pensar nos destinos da humanidade. Faz um apelo ao bom senso, à ética e à razoabilidade que estão desgastadas neste momento histórico. Exemplo disso são os índices de violência, de feminicídio, que estão crescendo no país”, afirma.

De acordo com a coordenadora do grupo de pesquisa do Laboratório Interdisciplinar de Neurodesenvolvimento Humano (LINHA), da UCSAL, Nara Andrade, no final de 2018, diálogos democráticos entre sistemas, conselhos, entidades especializadas, universidades e categoria profissional possibilitaram a construção da resolução 09/2018. “Esta regulamentação parte de uma perspectiva ampliada de compreensão da área de avaliação psicológica, estabelecendo importantes avanços. Podemos destacar o estabelecimento de fontes fundamentais e complementares de informação ou o essencial debate sobre a garantia de justiça e a proteção dos direitos humanos no campo da avaliação psicológica”, afirma.

Muniz corrobora ao afirmar que todo debate que ocorre durante o Congresso, em todas as atividades, tem como preocupação a ética nas relações humanas. “Com isso, durante todo o evento, os participantes têm a oportunidade de refletir sobre suas práticas em diversas temáticas e reavaliar se estão atuando de forma ética, bem como quais ações podem ser realizadas para que a avaliação psicológica garanta e promova os direitos humanos”, finaliza.

 

Vinícius Costa

Mais de Geral