A Conferência de Encerramento da Jornada Pedagógica 2023, realizada no Teatro Cidade do Saber, na tarde desta segunda-feira (6/2), cumpriu com maestria a proposta de aprofundar as discussões sobre Educação e Equidade, na perspectiva da concepção de novas possibilidades para a efetiva oferta democrática do ensino formal. As experiências compartilhadas pelo escritor Itamar Vieira Junior, autor da premiada obra Torto Arado, provocou reflexões pertinentes e necessárias sobre os desdobramentos da educação e da literatura nos processos civilizatórios.

A secretária de Educação, Neurilene Martins, evidenciou o fato de esse ter sido um encontro dotado de propósito e de transformações na ótica sobre o ato de educar. “Abordar esses dois grandes temas – educação e equidade – através da arte, é empreender uma jornada que muda perspectivas. A arte é o lugar das diversidades, das pluralidades, dos encontros. As reflexões desta tarde, geradas a partir desse diálogo com Itamar Vieira Junior, nos acompanharão até nossas casas, moldarão nossos atos futuros, nos conduzirão na direção de novas práticas disruptivas”, afirmou.

Diante de uma plateia atenta, por meio de uma conversa mediada pela doutora em Educação, Regina Scarpa, o escritor Itamar Vieira Junior remontou seu contato com a literatura, sua jornada pelos livros, o nascimento e o desenvolvimento de sua paixão pelas letras, pelas histórias que elas contam e pelas ideias que essas histórias fazem surgir. “Educação e literatura são indissociáveis. Através da leitura, podemos ampliar a nossa compreensão de mundo, nos informar, nos tornar conscientes e críticos. E uma das funções da escola e de seus projetos político-pedagógicos é romper com a reprodução do racismo estrutural”, observou.

Além de ouvir detalhes do processo criativo que resultou na obra Torto Arado, os profissionais de Educação também receberam um exemplar do livro, tendo também a chance de ter o presente autografado pelo autor ao final do painel temático. Flávia Normando Valesco, professora de Educação Física, avaliou a palestra como inspiradora. “A forma como ele apresenta os personagens, seus dilemas, seus desafios, também traz um pouco de cada um de nós, da resiliência que nos é requerida, pois frequentemente precisamos nos reinventar na Educação”, opinou.

Sentimento semelhante foi demonstrado pela coordenadora pedagógica da Escola Municipal Fonte da Caixa, Gilmara Santos. “Estou muito feliz, me sinto privilegiada em vivenciar essa discussão. Acredito que a temática abordada aqui e no livro, bem como o fato de estar sendo entregue aos profissionais da rede, terá desdobramentos positivos no cotidiano escolar, pois traz reflexões que cooperam para a efetivação da educação antirracista, equitativa, sensível”, disse.